Integração Sensorial – afinal o que é isso?

Se nunca ouviu falar de Integração Sensorial (IS), não se espante! A verdade é que poucas
pessoas conhecem, porém, nos últimos tempos tenho visto uma curiosidade e interesse cada
vez maior. Mas então o que é isso? O que deve saber? Quais os benefícios?
A Integração Sensorial de Ayres®, ou Ayres Sensory Integration®, como registada pela
própria autora – a Dr.ª Jean Ayres –, é uma abordagem teórica suportada por uma série de
princípios e modelos científicos, utilizada apenas por Terapeutas Ocupacionais. A IS define-se
como o processo neurológico que interpreta e organiza as informações que recebemos
constantemente do nosso corpo e do mundo que nos rodeia.
Há, efetivamente, uma quantidade incontável de informações sensoriais a entrar no nosso
cérebro a todo o momento. E quando o cérebro processa eficazmente a informação sensorial
recebida, conseguimos responder às exigências do ambiente com sucesso e de forma natural.
Quando falamos sobre IS, falamos inevitavelmente de sensações! Provavelmente conhece
alguns órgãos sensoriais e que dispensam apresentações – a visão, a audição, o tato, o olfato e
o paladar. No entanto, talvez não saiba, mas existem outros sentidos que são muito
importantes na teoria de IS e no desenvolvimento. São eles, o sistema propriocetivo que nos
da a informação sobre a posição do nosso corpo, deteta e controla a força e a pressão. O
sistema vestibular que fornece informações sobre a posição e movimento da cabeça e do
corpo no espaço e em relação à força de gravidade. E há ainda um terceiro, o sistema
interoceptivo que nos permite perceber o que se passa dentro do nosso corpo, (p. ex. a
sensação de fome).
Segundo a literatura, a IS é a base para o desenvolvimento de competências mais
complexas. E efetivamente, esta desenvolve-se ao longo do crescimento, através das
experiências sensoriomotoras e do brincar, no entanto, quando não sucede, estamos perante
uma Disfunção de Integração Sensorial (DIS). Esta DIS pode comprometer o envolvimento,
como também, criar desafios de participação nas rotinas diárias da família e da escola. A
criança pode ter dificuldade em saber onde está o corpo, ser-lhe difícil prestar atenção na sala
de aula porque se distraí com os estímulos que a rodeiam, brincar com objetos de diferentes
texturas, estar em locais com muito ruído, assim como, alimentar-se, vestir-se/despir-se,
realizar a higiene e tantas outras ocupações diárias, podem ser um verdadeiro desafio para as
crianças com DIS.
Nas sessões de IS, espere encontrar uma sala com baloiços, piscina de bolas, trampolim
entre muitos outros equipamentos e muita brincadeira. Vamos de encontro aos interesses e
motivação interna da criança, respeitando a individualidade, de forma a fornecer o nível certo
de desafio para a criança e alcançar respostas adaptativas ajustadas aos desafios ambientais.

Por fim, queria realçar a importância dos pais, profissionais da saúde e educação
dominarem estes conceitos da IS, de modo a compreender os comportamentos das crianças, a
haver encaminhamentos mais precoces para intervenção e famílias menos angustiadas!

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