Ressonar não é normal e nunca deveria acontecer. Este sinal é frequentemente desvalorizado, sendo o mais evidente nas patologias respiratórias, mais concretamente na Apneia Obstrutiva do Sono (AOS).
Nestas situações há um estreitamento das vias respiratórias superiores e provoca a cessação da respiração (definida como um período de apneia ou hipopneia, superior a 10 segundos) verificando-se uma queda súbita dos níveis de oxigénio no sangue. Quando estes episódios acontecem nas crianças, assumem particular importância por estas se encontrarem em fase de crescimento e desenvolvimento. Os compromissos metabólicos e cardiovasculares podem vir a comprometer capacidades neurocognitivas.
A causa mais frequente da perturbação respiratória obstrutiva do sono, nomeadamente da Apneia Obstrutiva do Sono (AOS), é a hipertrofia das amígdalas e das adenoides. No entanto, a face estreita e alongada, queixo recuado (retrognatia), olheiras marcadas e boca frequentemente entreaberta são algumas das caraterísticas. A hiperatividade e o défice de atenção, que se refletem na aprendizagem e rendimento escolar, podem, muitas vezes, ser o resultado de um padrão respiratório alterado que, frequentemente, não é valorizado.
Estima-se que a Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) afeta 1 a 4% das crianças entre os 2 e os 4 anos de idade e 7 a 13% das crianças em idade pré-escolar ressonam.
O conhecimento científico sobre a importância do sono tem vindo a evoluir e, desta forma, a etiologia multifatorial da Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) tem acompanhado este progresso, assim como a importância da intervenção multidisciplinar alargada por parte de vários especialistas, incluindo o Terapeuta da Fala Miofuncional.
A intervenção precoce é fundamental, assim como a prevenção. É essencial sensibilizar os pais, educadores e professores para a vigilância e valorização de sinais durante, antes e após o sono das crianças.